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O Símbolo Perdido – Dan Brown

o simbolo perdido

Se há um escritor que é sinônimo de sucesso em vendas nos últimos anos, ele se chama Dan Brown. Perdendo, acredito, somente para J.K. Rowling e seu praticamente insuperável Harry Potter, ele conseguiu um feito muito notável ao superar o número de 80 milhões de cópias vendidas em seu maior best seller, O Código Da Vinci. Ele pode ser criticado por suas obras terem todas uma estrutura muito semelhante – um prólogo com uma misteriosa morte, um segredo muito importante que corre o risco de ser perdido para sempre (ou é perigoso demais para ser revelado), enigmas e códigos a serem decifrados em pouco tempo, um casal como protagonista, etc. –, mas é inegável que sua “fórmula mágica” funciona e sua habilidade de escrever romances com uma história fluida e de leitura rápida é muito grande. Em O Símbolo Perdido, seu livro mais recente, essa fórmula voltou a ser utilizada, mas com algumas mudanças nos ingredientes.

Logo no começo, já é possível ver um prólogo diferente dos outros livros. Apesar de já ficar evidente o estilo de escrita do Dan Brown, não há morte alguma, apenas são apresentados o antagonista da trama (chamado Mal’akh) e alguns aspectos da maçonaria, que é o foco principal do livro e uma mudança em relação aos dois últimos romances do autor, Anjos e Demônios e O Código Da Vinci, que desvendavam segredos supostamente escondidos pelo catolicismo. Outra diferença em relação a esses livros é a ambientação da história, que agora ocorre nos Estados Unidos, mais especificamente em Washington, em vez da Europa. Vale ressaltar, porém, que os primeiros livros de Dan Brown – Fortaleza Digital e Ponto de Impacto – são também ambientados em terras norte-americanas (apesar de grande parte da trama do segundo ocorrer no Ártico).

Novamente protagonizado pelo famoso professor de simbologia Robert Langdon, a história deste romance tem início quando Peter Solomon, grande amigo de Langdon e eminente maçom, convida-o a dar uma palestra no Capitólio dos Estados Unidos, o centro legislativo do país, sobre o simbolismo presente na arquitetura da capital norte-americana. Entretanto, tudo não passa de uma armadilha: Peter foi sequestrado e Mal’akh, o sequestrador, que acredita que os fundadores de Washington (a maior parte deles, mestres maçons) esconderam em alguma parte da cidade um tesouro capaz de dar ao portador poderes sobre-humanos, obriga o professor a efetuar uma busca pela capital norte-americana atrás desse local secreto, que só pode ser encontrado decifrando-se diversos símbolos, dentre eles a pirâmide maçônica.

Com o ritmo ágil de sempre, Dan Brown envolve o leitor em diversos enigmas e traz ao primeiro plano a maçonaria – seus rituais, tradições e grande influência na fundação dos Estados Unidos – bem como as pesquisas de um dos ramos mais recentes da ciência, a noética (apresentadas, na trama, pela irmã de Peter, Catherine Solomon), que estuda o poder da mente humana e sua possível influência no mundo material, e cujas novas descobertas têm se mostrado cada vez mais próximas do misticismo e de algumas das crenças mais antigas da humanidade. Não sei até que ponto é verdadeiro o que é apresentado no livro, mas são informações que certamente deixam o leitor com vontade de saber mais sobre o assunto.

Enquanto literatura de entretenimento, O Símbolo Perdido é uma boa opção. Porém, se você procura um livro com personagens mais complexos ou um enredo mais original, provavelmente não vai gostar. Nenhum dos personagens me transmitiu “vida”, em nenhum momento senti algo (tristeza, alegria, raiva…) enquanto lia. Faltou emoção. Langdon continua inteligente e bobo, Catherine é muito pouco carismática e Mal’akh, um típico vilão “rebelde sem causa” – é mal e pronto (os motivos dados no livro para ele agir de forma tão cruel não me foram convincentes, e seus constantes  monólogos são muito mal feitos, parece até coisa de vilão de novela da Globo que fala sozinho). Deste último, só vale ressaltar como admirável sua habilidade de manipular os outros personagens da história, o que feito de forma brilhante.

O único personagem que me cativou um pouco foi Peter Solomon – um homem bastante rico, mas com uma vida repleta de tragédias familiares. É ao mesmo tempo gentil e triste, ora forte, ora impotente. Só a forma que o autor usa para narrar esses sentimentos conflitantes que não impacta tanto o leitor quanto deveria. Não é ruim, mas poderia ser muito melhor.

Conclusão: O Símbolo Perdido merece ser lido se você procura um livro para simples entretenimento, se não quer absorver muita coisa do que lê para sua vida, ou se simplesmente já leu outros livros do Dan Brown e gosta do estilo dele ou quer completar a coleção. Com personagens fracos e um final que detestei, o enredo só se salva por trazer ao leitor diversas informações históricas e científicas bastante interessantes, como ocorre nos outros romances do autor. Se comparado aos outros livros dele, eu diria que O Símbolo Perdido está no mesmo nível de O Código Da Vinci, só ficando um pouco atrás por causa do final. Anjos e Demônios e Ponto de Impacto continuam sendo os meus favoritos, e Fortaleza Digital o pior de todos.

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Dados do livro “O Símbolo Perdido”
Título Original: The Lost Symbol
Autor: Dan Brown
Tradutora: Fernanda Abreu
ISBN: 9788599296554
Edição: 1 (2009)
Editora: Sextante
Número de páginas: 496

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